sobre O Feitiço do Tempo.

O filme Feitiço do Tempo (Groundhog Day), com o Bill Muray e a Andy MacDowell é um dos meus favoritos. Assisti três sessões seguidas desse filme no cine Olido, no século passado, pra ficar vendo os detalhes e contar quantos dias ele vive no mesmo dia. Eis que lendo o site Saindo da Matrix, encontro um texto sobre esse filme, e fiquei simplesmente besta... não sei como, mas algo me tocou quando assisti o filme e algo me tocou novamente quando li o texto no site. Reproduzo-o aqui na íntegra:

O primeiro passo é sempre o mais importante
(Frase dita duas vezes durante o filme)

De vez em quando surge um filme "encomendado" pela espiritualidade pra inserir, discretamente, valores espirituais em nós. Alguns mais descarados, como Ghost, (do outro lado da vida) e Amor além da vida (com Robin Williams). Outros mais discretos, como o final de Titanic, (em que os tripulantes mortos se reúnem pra receber o espírito de Rose na contraparte etérica do salão do navio) e outros que trabalham por metáforas de difícil compreensão, como Cidade das sombras, Cidade das Crianças Perdidas e, claro, The Matrix.


Mas um filme em especial é muito sutil em sua mensagem, e só a percebi quando me foi dada a chave para destrinchá-lo. É o filme Feitiço do Tempo (Groundhog day, "dia da marmota" no título original), com Bill Murray. É uma comédia de primeira, com muito humor ácido, do tipo que eu gosto. Conta a história de Phil (Murray), um cara arrogante que fica preso em um dia em particular, que ele tem de reviver infinitamente, e onde as coisas ocorrem sempre igual (a menos que ele interfira nos acontecimentos). Assisti a primeira vez e nem me liguei. Da segunda, vi com o pessoal do CEPEC (Centro de pesquisa da evolução da Consciência) e foi fantástico perceber como o diretor conduziu (conscientemente ou não) os fatos para que cada dia daquele represente uma encarnação. Essa é a "chave".

Não leiam a resenha abaixo se não viram o filme. Recomendo que vejam, vai ser muuuuuuuito instrutivo:

Quando Bill Murray descobre que está preso neste Samsara (ciclo de encarnações), primeiro sobrevém a negação, o desespero. Depois ele se acostuma, e percebe o poder que tem em mãos. A partir daí ele procura se divertir, ser leviano, dar vazão aos prazeres (viver emoções fortes, comer tudo o que quiser, conquistar todas as mulheres da cidade) e usa de informações privilegiadas (afinal, ele sabe tudo o que vai acontecer no dia) pra manipular as situações e as pessoas, como fantoches.

Daí ele se volta pra Rita, a produtora de TV que veio com ele pra cidade. Então ele tenta usar seu "poder" pra obter o máximo de informações sobre ela e ser aquilo que ela quer de um homem ideal: mas só de fachada. Através de várias manipulações ele quase consegue seu intento, mas isso não o satisfaz. Afinal, ela não se apaixonou por ele, e fingir o tempo todo é algo cansativo. Então ele se cansa dos prazeres efêmeros... tudo o que ele fez até então não acrescentou nada em sua personalidade, nem ao seu caráter.

Ele então tenta se matar. Fugir daquela maldição do mesmo dia após dia. Não adianta. Até que ele tem o estalo de usar o tempo (no caso dele, a eternidade) pra investir no próprio aprendizado. Afinal, tudo o que ele leva de um dia para o outro é o conhecimento, mais nada. Ele vai procurar se TORNAR de fato o homem ideal pra Rita. Uma mudança interna. Estuda piano, aprende a esculpir, passa a dar mais atenção às pessoas, a contornar com delicadeza e perspicácia situações que antes ele partia pra ignorância e arrogância. Percebe que, se ele não pode buscar a própria felicidade, ele pode trazê-la a outras pessoas. Ele sabe que amanhã vai acontecer tudo novamente, que aquilo é uma felicidade efêmera, mas verdadeira para cada pessoa que ele ajuda. Isso o faz se sentir bem. Há coisas que ele não pode evitar (como a morte por velhice do mendigo, pois já era o tempo dele) mas tudo o mais ele pode alterar pra melhor, bastando ele interagir (ao contrário do começo do filme, onde ele sequer olhava para as pessoas).

Então, muito tempo depois, ele já tem os atributos necessários para conquistar o coração de Rita. E o mais interessante é que, com essa mudança interna, mudam também seus valores e prioridades. Rita se encanta com ele logo pela manhã, e o convida para um café. Mas Phil adquiriu responsabilidade: ele tem pessoas para ajudar. Rita não o vê até de noite, num baile. Phil adquire humildade: Em vez de sair contando ou mostrando suas ações pra impressioná-la, ele fica quieto. Mas a Lei do Karma se manifesta positivamente: Tudo o que se planta, se colhe, tanto as más quanto as boas ações. Todas as pessoas que ele ajudou aparecem no baile e o agradecem efusivamente. Ela passa a conhecer mais sobre o Phil através do que ele fez para aquelas pessoas (Muito mais eficiente que qualquer cascata/marmota que ele tentou anteriormente).

Ele a conquista, enfim. Mas está tão cansado que acaba dormindo nos braços dela.
Só quando ele irradiou o amor desinteressado por outras pessoas ele recebeu o amor de volta (de várias formas). E recebe o prêmio final: o fim daquele ciclo de aprendizado (e o início de novas experiências ao lado de Rita).

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Nossa vida é assim mesmo. Retornamos muitas vezes a esse mundo pra aprender muitas lições, e algumas em especial. Se falharmos exatamente nesta (que é essencial para o aprendizado de outras mais, assim como aprender o básico da Matemática é um pré-requisito para estudar Física) teremos de repeti-la na próxima vida (o contexto em que virá será completamente diferente, mas a lição a ser passada será a mesma).

Por vezes nossa vida parece chata, ou você se sente a pior pessoa do mundo, a mais feia, a mais abandonada, enquanto outras pessoas parecem ter tudo de mão beijada... mas você não está só. Aquilo está sendo analisado por seus guias, só esperando o seu "estalo" (como vai ser, só você sabe). Pode-se evoluir através da alegria ou do sofrimento.

As oportunidades na Terra são como um tesouro que precisa ser abrigado. Ele procura a sua casa, discretamente bate à porta, mas se ela se encontra fechada, então procura outra casa próxima para se abrigar. Mas chega uma hora em que as outras casas estão cheias, e só a sua acomodaria certos tipos de tesouros (principalmente os grandes, pesados e não muito interessante para os outros que já guardam coisas mais refinadas, mas que é muito importante pra você, que não tem nada e possui muito espaço sobrando). Mas, como fazer algo entrar numa casa que só tem uma porta, e ela se encontra irremediavelmente fechada? É preciso bater um pouco mais forte: Se você abrir, ótimo. Se não será preciso bater com mais força, talvez gritar para chamar sua atenção. Por fim, pode ser necessário acabar derrubando a sua porta com marretadas! A primeira reação sua é reclamar "Minha porta!" Mas aí você vê o tesouro entrar, e é exatamente aquilo que você precisava naquele momento! Você já nem liga pra porta quebrada, e nem lembra mais dos gritos, das marretadas.

fonte: http://www.saindodamatrix.com.br/archives/2003/07/feitico_do_tempo.html

Comentários

Anônimo disse…
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