Conto sério.
Ela sempre implicava com ele. Jeová estava irritado naquele sete de setembro, sabia que ao chegar em casa, Marinalva iria implicar novamente. Aproximando-se de casa parou num bar e tomou quatro pingas. Ao voltar pro carro seus amigos advertiram que era melhor ele ir a pé. Se andar fosse bom, o carteiro seria imortal, pensou. Entrou no carro, desviava dos postes que corriam pela rua, e ainda tinha a Marinalva quando chegasse em casa. Motorista irritado, perigo dobrado e azar de Adilson, o mendigo da rua de Jeová. Deitado no portão do vizinho com Bóris, seu vira-latas, Adilson nem viu quando Jeová passou por cima de Bóris com seu fusca azul. Adilson gritava e chorava a morte do amigo; Se não gosta do jeito que dirijo, saia da calçada, disse Jeová trançando as pernas ao sair do carro olhando para o velho. Ao entrar em casa as crianças estavam gritando e brigando na sala; Porque vocês não estão na escola? perguntou zonzo olhando na direção dum dos filhos; Hoje num tem aula, é feriado pai!